A suspensão legal do direito de escravizar não foi suficiente para eliminar completamente a prática no mundo, que continua sobrevivendo até os dias de hoje, e nem para libertar da pobreza a maioria dos negros brasileiros. Mas, se as marcas da escravidão continuam visíveis, os sinais da resistência também se mantém vivos. Pois, onde houve escravidão, houve também as mais diversas formas de resistir a ela, sendo a mais explícita de todas a formação de quilombos, comunidades de escravos fugidos do cativeiro.Além de escravos fugidos, alguns quilombos abrigavam negros libertos, índios e brancos que fugiam da justiça.
Em Salvador, eles existiram em áreas onde hoje se localizam bairros como Cajazeiras, Pirajá, Itapuã, Matatu e Alto da Sereia. A herança de organização e luta também está presente em bairros que são considerados territórios culturais negros, tanto pela manutenção de tradições quanto pela invejável organização dos seus moradores, como Candeal, Curuzu e Calabar. Para milhares de brasileiros, comunidades como estas significaram o primeiro passo para uma vida com autonomia e dignidade.Além de Pirajá e Itapuã, alguns historiadores falam de documentos que comprovam a existência de quilombos suburbanos, no início do século XIX, em áreas como Cabula e Matatu.
Para o historiador e professor da Universidade de Minnesota (EUA) Stuart Schwartz, sendo um período em que aconteceram várias revoltas de escravos, é possível que pessoas envolvidas nessas lutas tenham sido responsáveis pela formação de alguns desses quilombos. As revoltas geraram também uma perseguição mais intensa. No Cabula, um quilombo foi destruído em 1807 e, em 1814, quilombolas de Itapuã, cerca de 20 negros, atacaram armações de pesca, mataram brancos e mulatos, incendiando casas e libertando escravos, relata Schwartz em seu texto Cantos e quilombos numa conspiração de escravos haussás.
Comentário:
O quilombo é sinônimo de resistência. Mesmo após o fim da escravidão, muitas famílias continuaram a viver nessas áreas preservando suas tradições, costumes e cultura dos seus antepassados. Hoje essas famílias são denominadas de “comunidades remanescentes de quilombos” e a maioria ainda luta para garantir o direito de posse da terra.
Por: Mariana Rosa
Os quilombos sempre foram muito populares, abrigavam negros libertos ou fugidos das senzalas, quando se fala em quilombo, o primeiro nome que me vem a cabeça é o Quilombo dos Palmares. Atualmente, encontramos bairros do suburbio aonde se encontravam alguns quilombos.
ResponderExcluirCatharina Nascimento nº05 8ªB
Os quilombos que existiram no período colonial, e as remanescentes de quilombolas em Salvador, representam, de certa forma, a resistência negra no Brasil, e preservam a cultura afro e suas tradições. Além disso, são de extrema importância pois são considerados símbolos de liberdade, igualdade e independência, conquistados pelos negros ao longo da história.
ResponderExcluirMarco Antônio Argôlo 8ªB nº22
"Os quilombos eram uma organização dos grupos étnicos da região do que é hoje o país de Angola. Eles reuniam os africanos desenraizados nas guerras internas. Ao que tudo indica, essa era uma espécie de organização com aspectos militares cujo formato acabou vindo parar no Brasil", o que foi uma grande vitória para a nossa cidade, Salvador, onde atuaram de forma significativa, no que diz respeito a libertação dos escravos, uma herança deixada pelos quilombos.
ResponderExcluirRaquel Saback
Gostei muito da matéria e apoio o blog - tia de uma aluna
ResponderExcluirOs quilombos funcionaram como áreas onde a liberdade se tornou uma conquista possível para a população negra então escravizada, num desafio ao poder político vigente. Sua herança é tida hoje como reduto rural. Mas ela existe também em grandes centros urbanos como Salvador. Boca do Rio e Curuzu, por exemplo, perpetuam o modelo resistente e solidário típico da matriz quilombola.
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